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FILOSOFIA HELÊNICA


Podemos dividir a história da filosofia grega antes de Cristo em dois períodos distintos: o período clássico e o helênico. O período clássico encerra-se com a morte de Aristóteles; No helênico situam-se os estóicos, os epicuristas, os neopitagóricos, os céticos e os neoplatônicos. Acha-se aqui a fonte imediata de boa parte do pensamento cristão. O cristianismo primitivo não foi influenciado pela filosofia clássica, mas pelo pensamento helênico.

O lado negativo dessa influência encontra-se no que chamamos de ceticismo. O ceticismo, de um modo geral, é o fim da tremenda e admirável tentativa da construção de um mundo de sentido baseado na interpretação da realidade em termos objetivos e racionais.

A filosofia grega havia minado as antigas tradições mitológicas e rituais. Na época de Sócrates e dos sofistas era óbvio que essas tradições não eram mais válidas. A sofística era a revolução da mentalidade subjetiva contra as antigas tradições. Era, no entanto, preciso investigar o sentido da vida em todas as suas dimensões, na política, no direito, na arte, nas relações sociais, no conhecimento, na religião, etc. Os filósofos gregos procuraram realizar essa tarefa. Não ficaram sentados em suas escrivaninhas escrevendo livros de filosofia. Tomaram sobre si a tarefa de criar um mundo espiritual observando objetivamente a realidade conforme lhes era dada, interpretando-a em termos da razão analítica e sintética.


Ceticismo.


O vasto projeto dos filósofos gregos de criar um mundo de significados começou a desmoronar no apagar das luzes do mundo antigo e produziu o que chamamos  de epílogo cético do desenvolvimento antigo.

Ceticismo vem da palavra grega ske,psij que originalmente significa “observar as coisas”. Assumiu um sentido negativo de examinar os dogmas, até mesmo as dogma,taj  das escolas gregas de filosofia, para rejeitá-los. Os céticos assim duvidavam das formulações das escolas de filosofia.

As próprias escolas gregas também continham em seu ensino boa parte desses  elementos céticos, como, por exemplo, a academia platônica. Assim,  essa atmosfera cética invadiu todas as escolas e permeou a vida toda do mundo antigo de então.
Não se tratava novamente de se sentar em mesas de estudo para descobrir que se podia duvidar de todas as coisas. Esse movimento significava o desabamento de todas as convicções. A conseqüência disso foi uma espécie de paralisia da ação. Se não somos mais capazes de pronunciar juízos teóricos, não podemos agir na prática.

Os céticos introduziram a doutrina da evpoch,é (suspensão do juízo, reserva, não julgar nem agir, não decidir nem teórica nem praticamente). Significava, portanto,  a resignação do juízo em todos os aspectos. Por isso os céticos retiraram-se para os desertos vestidos de uma simples túnica e manto. Os monges cristãos, mais tarde, seguiram-nos nessa atitude, porque eles também se desesperaram sobre a possibilidade de se viver neste mundo.

O ceticismo foi um dos importantes elementos para a preparação do cristianismo. As escolas gregas eram comunidades cúlticas, meio rituais e meio filosóficas. Seus membros queriam viver de acordo com as doutrinas de seus mestres. Acreditavam que os grandes mestres, Platão ou Aristóteles, o estóico Zenão ou Epicuro, e mais tarde Plotino, não eram apenas pensadores ou professores, mas homens inspirados.

Muito antes do cristianismo  existir, a idéia de inspiração já se desenvolvia nessas escolas gregas – seus fundadores eram inspirados. Quando os membros dessas escolas entraram mais tarde em discussão com cristãos, diziam, por exemplo, que não era Moisés o inspirado, mas Heráclito. Essa doutrina de inspiração também ajudou o cristianismo a entrar no mundo. A razão pura não era capaz de construir a realidade na qual se pudesse viver.

O que se dizia sobre os fundadores dessas escolas filosóficas era semelhante ao que os cristãos dizem a respeito do fundador de sua Igreja. Epicuro – tão atacado pelos cristãos que só restam dele poucos fragmentos – era chamado so,ter pelos discípulos. Por que? Era chamado assim porque fizera a coisa mais importante que alguém poderia fazer por seus seguidores – libertava-os da angústia. Epicuro com seu sistema materialista de átomos, libertava as pessoas dos demônios presentes na totalidade da vida do mundo antigo.

Outra conseqüência era chamada pelos estóicos de avpaqe,ia. Esta palavra significa  ausência de sentimentos em relação às forças e impulsos da vida, como desejos, alegrias, dores, indo-se além de tudo isso ao estado da sabedoria. Sabiam que somente algumas pessoas conseguiam alcançar esse estado. Os céticos que se retiraram para os desertos demonstravam até certo ponto essa capacidade.

Por trás de tudo isso, naturalmente, situava-se a crítica anterior aos deuses mitológicos e aos ritos tradicionais. A crítica mitológica deu-se na Grécia cerca da mesma época em que o Segundo Isaías fazia o mesmo na Judéia, essa atividade crítica minava a crença nos deuses do politeísmo.


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